Na produção francesa, por exemplo, o casal de pinguins e seu filhote ganharam vozes de atores para aumentar a carga dramática. Já em Reino dos Felinos, que estreia exclusivamente na rede Cinemark, os diretores Alastair Fothergill (Terra) e Keith Scholey preferiram dar nomes e contar à plateia sobre os sentimentos dos tais felinos.
Filmado na Reserva Nacional de Masai Mara, no Quênia, este novo documentário da
Disneynature, mostra o dia a dia da leoa Mara, da mãe guepardo Sita e de Kali, um leão banido de seu grupo, que volta para tomar o lugar do macho alfa. As fantásticas imagens captadas, por si só, valeriam o ingresso. Mas não satisfeitos com o resultado, os diretores resolveram ampliar o drama no texto.
Narrado originalmente pelo ator Samuel L. Jackson, o filme torna-se um novelão arrastado, com frases de efeito, muitas delas voltadas ao público infantil. E situações não faltam: a leoa Mara tem uma “mãe” doente, que se sacrifica pela “filha”; motivo suficiente para a máxima “não há laço mais forte do que o de uma leoa com seu filhote”.
Em outro caso, a fêmea guepardo, Sita, precisa enfrentar todos os perigos que cercam os seus cinco e indefesos filhotes. Mas todo o suspense é quebrado com as intervenções narrativas e seus tolos eufemismos, que trocam “predadores” por “valentões”. Em
determinado momento, quando uma tartaruga azarada cai nas garras dos filhotes e é praticamente torturada, no texto significa que ela encontrou “novos amigos para brincar”.
A estreia de Reino dos Felinos está casada com o relançamento, agora em 3D, do clássico dos estúdios Disney O Rei Leão (1994). Curiosamente, quando colocados lado a lado, a animação parece ser menos infantil do que o documentário. E menos cafona também, o que é uma tarefa bem difícil quando se lembra da música Circle of the life na trilha sonora do desenho.
->Texto de Rodrigo Zavala, do blog CineWeb.
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