Grandes roteiros, porém, parece ainda uma área dominada por poucos. Bem poucos. Talvez somente pela Pixar, arriscaria dizer. A chegada aos cinemas de Happy Feet 2 comprova novamente esta tese. O visual das geleiras é de tirar o fôlego, as “tomadas” subaquáticas beiram à perfeição, os personagens são extremamente simpáticos e divertidos (para a alegria dos licenciadores de brinquedos, é claro)... mas e a trama? A chamada história, roteiro, argumento, aquilo que deveria ser o mote principal de todo e qualquer filme, onde anda?
É fácil verificar: neste segundo episódio, os pinguins Mano e Gloria estão casados e tem um filho, Erik. E adivinha só: a exemplo do seu pai no primeiro filme, o pequeno pinguim também está encontrando dificuldades em encontrar espaço em seu mundo gelado. A autoafirmação só virá após a vitória sobre novos e terríveis perigos que ameaçam a própria sobrevivência da raça. Peralá! Já não vimos este filme antes? Várias vezes. Superação, busca pelos ideais, a valorização do diferente, o discurso contra a intolerância, tudo reciclado e requentado para o mundo dos pinguins.
Happy Feet 2 vale somente pelo seu visual caprichado e pelo bom ritmo de ação, mas peca pela mesmice de roteiro. Mas como parece que pouca gente se preocupa com isso ultimamente, pegue as crianças, divirta-se... e não se esqueça da pipoca. Afinal, é delas que o cinema sobrevive...
-> Texto de Celso Sabadin, do site Cineclick
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