2 de setembro de 2011

Estreia nos cinemas: Deu a Louca na Chapeuzinho 2

Quando estreou em 2005, Deu a louca na Chapeuzinho trazia um número tão grande e complexo de referências a contos de fadas que, como um primo pobre de “Shrek”, não parecia ser voltado a crianças. Afinal, o filme dependia exclusivamente da compreensão das piadas, algumas com duplo sentido, apoiado em uma estrutura narrativa mais sofisticada, inspirada em Rashomon, de Akira Kurosawa.

Embora sua nova sequência ainda se fie no mesmo tipo de humor, o roteiro de Cory e Todd Edwards perdeu muita de sua capacidade de fazer rir ou mesmo sofisticação. No primeiro, a história da Chapeuzinho Vermelho era recontada com diferentes pontos de vista ao detetive Nicky Flippers (voz de David Ogden Stiers), à la filme noir, relativizando a idoneidade da protagonista (Anne Hathaway ) e de sua vozinha (Glenn Close).

Agora, a história tem uma nova abordagem. Chapeuzinho (dublada, desta vez, por Hayden Panettiere) trabalha para o sapo Nicky, tal como a vovozinha e o Lobo Mau (Patrick Warburton) – inocentado no primeiro filme. Enquanto ela viaja para um treinamento com o grupo “Irmãs do Capuz”, seus companheiros da Agência Felizes Para Sempre devem solucionar o desaparecimento dos irmãos João e Maria, aparentemente sequestrados pela bruxa do conto original.

No entanto, o resultado está muito aquém da produção anterior, insistindo em fórmulas
esgotadas e humor datado. É ainda possível rir de piadas com base no filme Kill Bill, de Quentin Tarantino? Os Edwards acreditam que sim, a despeito da quantidade de paródias realizadas anos atrás – e mais próximas ao seu lançamento.

Como pouco se apoia na animação – feita, aliás, por computador e nunca muito competente –, há pouco a se salvar nesta produção. Se antes era pouco aconselhável para crianças pela necessidade de referências, agora esse público, habituado a ineditismo, poderá considerar o que se vê na tela tão velho quanto os contos da Carochinha. O filme estréia apenas em versões dubladas, tanto em 3D como 35mm.

-> Texto de Rodrigo Zavala, do Cineweb.

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