Para justificar esta ausência de oito anos, os roteiristas criaram a ideia que Johnny English (Rowan Atkinson, o famoso Mr. Bean), após uma desastrada missão na África, foi expulso da inteligência britânica e se isolou num intenso treinamento entre monges tibetanos. Mas agora ele terá de voltar à ativa.
Claro que a história propriamente dita é o que menos importa neste O Retorno de Johnny English. O filme vale mesmo pelo carisma de Atkinson, que consegue arrancar algumas boas risadas, ainda que atuando num roteiro onde a maioria das piadas é bastante previsível. Mas este é o diferencial de quem tem talento: mesmo sendo fácil antever que acontecerá, o riso acaba sendo inevitável, graças a Atkinson. E provavelmente só a ele.
Sim, existem algumas boas situações. Provavelmente a melhor delas seja o fato do Serviço Secreto Britânico ter sido privatizado, patrocinado por uma multinacional japonesa, e agora se chamar “Toshiba Inteligência Britânica”. Uma deliciosa sátira ao capitalismo excessivo. Mas o restante das gags se apoia mesmo sobre a paródia a 007 (inclusive na trilha sonora) e sobre as peculiaridades do protagonista.
O Retorno deJohnny English não é um filme de gargalhadas, mas de sorrisos. Compatível, diga-se, com o humor britânico, mais sutil que o escancarado norte-americano. Talvez o público brasileiro estranhe a ausência de grosserias.
Ah, vale a pena esperar mais um pouquinho durante os créditos finais.
-> Texto de Celso Sabadin, do site CineClick.
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