28 de outubro de 2011

Estreia nos cinemas: O Retorno de Johnny English

Se o Controle tem o Agente 86, o MI-7 tem Johnny English. O agente mais atrapalhado do Serviço Secreto Britânico está de volta após fazer um razoável sucesso na comédia que levou seu nome, em 2003.

Para justificar esta ausência de oito anos, os roteiristas criaram a ideia que Johnny English (Rowan Atkinson, o famoso Mr. Bean), após uma desastrada missão na África, foi expulso da inteligência britânica e se isolou num intenso treinamento entre monges tibetanos. Mas agora ele terá de voltar à ativa.

Claro que a história propriamente dita é o que menos importa neste O Retorno de Johnny English. O filme vale mesmo pelo carisma de Atkinson, que consegue arrancar algumas boas risadas, ainda que atuando num roteiro onde a maioria das piadas é bastante previsível. Mas este é o diferencial de quem tem talento: mesmo sendo fácil antever que acontecerá, o riso acaba sendo inevitável, graças a Atkinson. E provavelmente só a ele.

Sim, existem algumas boas situações. Provavelmente a melhor delas seja o fato do Serviço Secreto Britânico ter sido privatizado, patrocinado por uma multinacional japonesa, e agora se chamar “Toshiba Inteligência Britânica”. Uma deliciosa sátira ao capitalismo excessivo. Mas o restante das gags se apoia mesmo sobre a paródia a 007 (inclusive na trilha sonora) e sobre as peculiaridades do protagonista.

O Retorno deJohnny English não é um filme de gargalhadas, mas de sorrisos. Compatível, diga-se, com o humor britânico, mais sutil que o escancarado norte-americano. Talvez o público brasileiro estranhe a ausência de grosserias.

Ah, vale a pena esperar mais um pouquinho durante os créditos finais.

-> Texto de Celso Sabadin, do site CineClick.

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